A Corregedoria da Polícia Militar vai investigar nove mortes após confrontos com a PM entre sexta-feira (29) e sábado (30), na região Metropolitana de São Paulo. O número está acima da média dos registros da Secretaria de Segurança Pública (SSP).
A PM instaurou um inquérito para apurar os casos. Especialistas dizem que número pode significar um grave problema para a segurança pública.
Um dos casos aconteceu na Rua Tomás Velasco, na Zona Oeste. Um homem tentou assaltar duas mulheres e foi morto por um policial na sexta-feira. O portão de uma das casas ficou cravejado de balas. A vítima disse que ele tentou pegar a carteira dela e que ela e a sobrinha fugiram para a casa da vizinha.
“Eu estava lá dentro e só escutei os tiros. Na hora que eu escutei, o pessoal falou: ‘pode sair, ele já está no chão. Atiraram nele.’ Ai eu saí.”
Outra morte aconteceu no Parque São Rafael, na Zona Leste. Na Zona Sul, duas mortes na região de Parelheiros; uma no Sacomã e outra no Ipiranga.
A Ouvidoria da polícia disse que vai investigar mais duas mortes também entre sexta-feira e sábado: uma em Itapecerica da Serra (não reconhecida pela SSP) e outra em Mauá.
A produção do Bom Dia SP apurou outra morte, na Penha, Zona Leste. A PM perseguiu, pela Rua Natal Basile, um carro roubado por quatro pessoas. Um homem que estava no carro morreu e outros três foram detidos.
O número de pessoas mortas pela PM está acima da média diária. Em 2018, 552 pessoas foram mortas pela PM, segundo a SSP, cerca de 1 morte por dia.
Rafael Alcapadipani, professor da Fundação Getúlio Vargas, é especialista em segurança pública e diz que este número destoa do que é comum e que, por isso, é importante que haja uma investigação para saber o que aconteceu.
“Já existe um número elevado de letalidade policial no estado de São Paulo concentrado em algumas regiões, mas esses números eles destoam de qualquer número que já é elevado em São Paulo. Então é preciso que seja feita uma análise dos procedimentos, é preciso que seja uma feita análise dos casos específicos pra se constatar a legalidade do que aconteceu.”
A SSP afirma que as armas dos suspeitos e dos policiais envolvidos nos casos foram apreendidas para exames.