Após uma pedagoga de Serrana (SP) denunciar que um homem se masturbou ao lado dela em um ônibus, outras mulheres relataram que foram vítimas do mesmo suspeito. Uma dona de casa disse que ele chegou a ejacular na perna dela.
Um inquérito policial foi instaurado para apurar o crime de importunação sexual. Imagens feitas pela pedagoga foram entregues para ajudar a identificar o suspeito. Segundo a Polícia Civil, as outras vítimas devem procurar a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
O delegado José Augusto Franzini disse que as denúncias podem ser feitas pelo telefone (16) 3987-1332. A pena para o crime varia de um a cinco anos de prisão.
Assédio no ônibus
O caso foi denunciado na quarta-feira (24). A pedagoga Maísa Rodrigues, de 23 anos, seguia sozinha de Serrana para Ribeirão Preto (SP) em um ônibus e o homem se sentou na poltrona dela. No momento em que as luzes do veículo foram apagadas, a jovem diz que percebeu o comportamento estranho do passageiro e notou que ele começou a tocar o pênis.
Assustada, ela tentou mudar de lugar, mas teve a passagem bloqueada pelo suspeito. Segundo a pedagoga, o homem colocou uma pasta de couro sobre as pernas para despistar a ação. Mesmo assim, ele ainda encostou o órgão sexual nela quando os primeiros passageiros desembarcaram na chegada a Ribeirão Preto.
A jovem conseguiu filmar o suspeito e procurou a Polícia Civil para denunciar o caso. Ao fazer um desabafo em uma rede social, ela recebeu relatos de outras vítimas.
Nova denúncia
Uma dona de casa, que prefere não se identificar, diz ter passado pela mesma situação no ano passado. Ela diz que embarcou em uma van na Avenida Dr. Francisco Junqueira, em Ribeirão Preto, para voltar a Serrana, e o suspeito entrou em um ponto logo mais à frente.
“Ele sentou do meu lado e ficou torto, como se tivesse uma deficiência, e começou a me cutucar. Eu olhava e uma das mãos estava em cima da pasta. Eu fiquei quieta. Entrando em Serrana, eu olhei para minha calça e estava toda suja. Foi a hora que eu gritei. Ele pulou da van e correu”, diz.
A mulher diz que não registrou boletim de ocorrência na época e passou a sentir medo ao usar o transporte. “Eu senti raiva e nojo. Nunca mais sentei com homem no banco.”
“Acontece todo dia”
Nesta semana, ao ler o relato da pedagoga e ver o vídeo com o rosto do suspeito, a dona de casa teve certeza de que se trata da mesma pessoa. De acordo com as vítimas, o homem aparenta ter cerca de 50 anos, tem barba e cabelo grisalhos, usa óculos e carrega uma pasta de couro marrom.
“Espero que apareça mais gente e que ele seja pego. É certeza que está acontecendo todo dia, mas ninguém tem coragem de denunciar. Na época, eu não denunciei porque não tinha nenhuma prova. Agora tenho, tenho certeza que é o mesmo do vídeo.”
A Polícia Civil informou que vai começar a ouvir as vítimas na segunda-feira (1º).
