Postado em 29 de março de 2019 às 12:45
Uma pedagoga de 23 anos registrou um boletim de ocorrência após um homem se masturbar dentro de um ônibus intermunicipal. A jovem seguia de Serrana (SP) para Ribeirão Preto (SP) e diz que o suspeito chegou a encostar o órgão sexual na perna dela.
A Polícia Civil informou que vai instaurar inquérito para apurar a denúncia de importunação sexual. Imagens feitas pela mulher foram entregues para ajudar a investigação a identificar o suspeito.
A lei da importunação sexual foi sancionada em setembro de 2018. O crime constitui-se na prática de ato libidinoso na presença de alguém e sem seu consentimento. Alguns dos casos mais comuns são os de assédio contra mulheres em meios de transporte coletivo, como ônibus e metrô.
Denúncia
O caso aconteceu na noite de terça-feira (12), quando a pedagoga Maísa Rodrigues, de 23 anos, viajava para Ribeirão Preto para encontrar uma amiga. Ela afirma que estava sentada em uma poltrona ao lado da janela e havia poucos passageiros no veículo. O suspeito embarcou no último ponto e sentou-se junto com ela.
Segundo Maísa, o homem estava bem vestido. Ele aparenta ter cerca de 50 anos, tem cabelos e barba brancos, usava óculos e segurava uma pasta de couro marrom. A pedagoga conta que percebeu um comportamento diferente no momento em que o ônibus acessou a rodovia e o motorista apagou as luzes, como de costume.
“Esse senhor pôs a perna contra a minha perna. Eu até achei que ele fosse deficiente físico. Não falei nada. Eu estava mexendo no celular, distraída, e comecei a notar uma atitude suspeita. Eu fiquei um pouco assustada, tentei me levantar e ele travou a minha passagem com o braço. Aí eu percebi que ele estava se masturbando”, diz.
Maísa diz que ficou sem reação e, com medo, voltou a se sentar para tentar filmar o suspeito.
“Quando acenderam as luzes, ele guardou o pênis. Desceram umas pessoas no primeiro ponto em Ribeirão Preto. Elas passaram por nós e ele se virou para mim. Eu vi o volume na calça e ele esfregou o órgão dele na minha perna. Eu pedi licença para ele, fui bem ríspida, e comecei a gravar. Ele estava com uma pasta no colo. Ele deixou eu passar e sentei em outro banco”, afirma.
Em Ribeirão Preto, a pedagoga desceu na minirrodoviária, no bairro Jardim Paulista, mas o suspeito desembarcou no mesmo ponto.
“Ele desceu atrás de mim. Entrei na conveniência, ele entrou também. Eu fiquei com muito medo, fiquei com medo dele tomar meu celular porque ele viu que eu tinha filmado ele. Ele foi embora depois.”
Outros relatos
Maísa diz que ficou chocada e que teve receio sobre a compreensão das pessoas ao relatar o caso, já que não conseguiu registrar o suspeito durante o ato. Ao retornar a Serrana, ela fez um post em uma rede social e foi orientada a procurar a polícia para registrar um boletim de ocorrência.
Após o post, a pedagoga recebeu várias mensagens de outras mulheres que dizem ter sido vítimas do homem. As imagens feitas no ônibus por Maísa foram entregues à Polícia Civil e deverão auxiliar na identificação do suspeito. A polícia orienta que as supostas vítimas procurem a delegacia para registrar a ocorrência.
“Eu tinha certeza que ele estava acostumado a fazer isso. Ele foi certeiro. Entrou no ônibus e foi sentar comigo. Ele já sabia o que ia fazer. Eu quero que as outras pessoas registrem boletim de ocorrência para que ele seja punido”, afirma.
