HUMAN SECURITY
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Postado em 17 de outubro de 2018 às 10:34
Desde 2004, Ministério da Saúde estabeleceu calendário de vacinação de adultos. Falta de informação e taxa de abandono são principais problemas.
Com o surto de febre amarela no último ano, vários brasileiros se viram diante de uma dúvida: eu já tomei essa vacina? A grande maioria não sabia a resposta. A indicação foi revacinar os adultos mesmo que muitos já tivessem tomado a vacina.
O calendário de vacinação não é usado apenas para as crianças, mas muitos adultos o abandonam ao longo da vida e só se vacinam em grandes campanhas ou casos de epidemia.
O resultado disso é que atualmente o Brasil não tem uma cobertura vacinal de adultos nem perto do desejado. Todas as quatro vacinas recomendadas para pessoas de 20 a 59 anos estão abaixo do considerado ideal de cobertura vacinal.
Na tríplice viral, por exemplo, a taxa de cobertura é baixíssima (4,7%) — situação se mantém na hepatite B, na dupla dT e dTpa e na febre amarela (apesar do surto recente). Veja tabela abaixo.
Desde 2004, o Ministério da Saúde passou a definir calendários de vacinação por ciclos de vida. Também regulamentou a vacinação do adulto e idoso para as vacinas dT (dupla- difteria e tétano) de acordo com a situação vacinal anterior, instituiu a vacina dupla viral ou tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para o adulto do sexo feminino até 49 anos e do sexo masculino até 39 anos, em casos em que não se sabe a situação vacinal e estabeleceu a vacina influenza (gripe) em dose anual.
Atualmente, o Ministério da Saúde recomenda 4 vacinas para adultos entre 20 e 59 anos:
Apesar do calendário, o Ministério da Saúde não estabelece metas de cobertura vacinal anual em adultos como faz com as vacinas infantis e também não faz balanços anuais. Um dos maiores problemas é a falta de um denominador específico, como o número de nascimentos anuais no caso das vacinas infantis, que ajude a compilar melhor os dados.
Segundo dados do ministério, das vacinas do calendário adulto a única que passa dos 50% de cobertura acumulada entre 1994 e 2018 é a da febre amarela com uma cobertura de 78,8%.
Em boletim epidemiológico com dados até 2013, o Ministério da Saúde fez um balanço do Programa Nacional de Imunizações (PNI) e relatou as dificuldades da vacinação em adultos: “Um dos grandes desafios do PNI: alcançar altas e homogêneas coberturas vacinais em grupos que ainda não lograram bons resultados. Teríamos, como exemplos, a vacinação de adolescentes e adultos contra hepatite B, gestantes com coberturas adequadas para a vacina dupla adulto e população em áreas de risco para a febre amarela, dentre outros.”
O mesmo boletim relata que de 1994 a 2013 a taxa de cobertura vacinal acumulada da hepatite B em adultos ficou em 46%. Desde então, apesar da vacina ter sido introduzida também na rotina para adultos de 30 a 39 anos em 2013, a cobertura vacinal caiu para 39,4%.
Apesar de não estabelecer metas anuais para cobertura, no relatório de 2013 o Ministério da Saúde estabelece o ideal de cobertura vacinal para cada vacina dos calendários. Todas as vacinas recomendadas para adultos estão abaixo do que o PNI considera uma cobertura vacinal adequada.
A tríplice viral e a hepatite B deveriam estar com 95% de cobertura. A dupla (dT e dTpa) e a febre amarela deveriam atingir 100%. Mesmo com o surto de febre amarela em 2018, a cobertura vacinal ainda não chegou a 80%.
Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, explica que cada vacina tem o seu perfil de cobertura ideal porque as doenças são diferentes: “Para algumas, como o sarampo, a gente precisa de coberturas acima de 95% para evitar pontos suscetíveis a circulação do vírus. Já para a febre amarela, você pode ter 99% de indivíduos vacinados e aquele 1% adoece do mesmo jeito”.
E muitas vezes, segundo ele, os não-vacinados se beneficiam da proteção indireta de quem está vacinado, já que com uma cobertura vacinal alta alguns vírus circulam menos. Apesar disso, os índices baixos não deixam de ser preocupantes.
O sarampo, considerado erradicado em 2016, voltou a registrar surtos em 2 estados do país, segundo o Ministério da Saúde. Amazonas e Roraima registraram 463 casos confirmados da doença.
O problema não é exclusivo do Brasil. Culturalmente, diversos países focaram na vacinação infantil nas últimas décadas, quando o objetivo era diminuir as taxas de mortalidade infantil para doenças como sarampo, poliomelite e paralisia.
Nos EUA, por exemplo, mais adultos morrem de doenças previníveis por vacinas do que crianças, diz Kfouri.
Ele acredita que existe uma cultura da desinformação sobre a vacina para adultos, inclusive entre os profissionais de saúde: “Nós médicos, que não fomos formados recentemente, também fomos formados com aulas de vacinação e recomendação de vacinas para criança. Não aprendemos desde a faculdade a vacinar outras faixas etárias”, diz.
“Não é só a população que é impactada negativamente, o próprio profissional da saúde não tem também essa cultura. Então ele não recomenda, não prescreve…”
O calendário adulto é relativamente recente na saúde pública mundial e por isso uma mudança de cultura ainda leva tempo.
“A vacinação do adulto e adolescente é muito recente e muitas pessoas sequer conhecem o calendário do adulto. Precisamos melhorar essa comunicação do calendário da vacina no adulto”, diz Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações.
Já para Kfouri, no entanto, está mudando “lentamente demais”: “Hoje, já se fala um pouco, mas é muito aquém do que um pediatra faz em uma consulta de rotina, por exemplo”.
“O apreço que as mães têm pelo cartão de vacina, sabem onde está, procuram não atrasar… o adulto não sabe onde está seu documento de vacinas ou quando tomou a última vacina. O cartão da criança e do pet está sempre em dia, já o do adulto… “, diz.
Outro problema grande é a taxa de abandono. Ou seja, quando uma vacina necessita de mais de uma dose para ter sua eficácia completa, mas os pacientes só tomam a primeira e não voltam para completar a prevenção. Há também os casos em que a vacina precisa ser tomada novamente após alguns anos, como a do tétano.
A primeira dose da vacina contra o tétano e a difteria é tomada aos 2 meses e um reforço é feito aos 4 anos. Depois disso, um reforço deve ser feito a cada 10 anos, mas a partir da adolescência é comum que o cartão de vacinação seja deixado de lado.
“Vemos muito o adulto começar o esquema e parar. Ou em momentos de surto em que as pessoas tomam a vacina. Porém, se não conseguem ser vacinados naquele momento, passado o surto também não voltam”, diz Domingues.
“As pessoas não voltam (para tomar outras doses) e não guardam seu registro vacinal. Você tem uma campanha de febre amarela cuja recomendação é a dose única, mas quantos de nós não fomos revacinados sem necessidade? Quantos não tomaram a vacina da hepatite B? Quando foi a última dose de tétano, que é a cada 10 anos? Estamos muito longe ainda de ter um registro, uma documentação e um envolvimento com a vacina de adulto como a gente tem com as crianças, que já é culturalmente muito bem estabelecida entre nós”, diz Kfouri.
A carteira de vacinação em papel ainda é uma realidade no Brasil. Até 2018, 65% das salas de vacinação do país estão equipadas com um novo sistema de registro informatizado e o restante – 35% — estão em processo de implementação.
Com o sistema, a ideia é que todos os brasileiros consigam acessar seus dados de vacinação e que eles não estejam centralizados somente na caderneta de papel – com a possibilidade de recuperação dos dados.
“Uma forma de garantir esse acompanhamento é ter tudo informatizado. Até para o gestor saber que ações locais pode fazer para campanhas de vacinação. No ministério fazemos a recomendação, mas quem executa é o município. Naquela área, ele tem que conhecer quem foi vacinado ou não”, explica Domingues.
“Essa informatização é imprescindível para acharmos os bolsões de pessoas não vacinadas”.
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